Dois trabalhadores foram resgatados na cidade de Feira de Santana, 100 km de Salvador em condições análoga a escravidão. Os trabalhadores ficavam em um alojamento precário, alimentação insuficiente e condições de higiene inadequadas.
Além do espaço inadequado, os trabalhadores não recebiam pelo serviço prestado. Auditores-fiscais do Ministério do Trabalho realizaram o resgate acompanhados de duas procuradoras do trabalho e um périto do Ministério Público do Trabalho (MPT). Contudo, a ação estava em sigilo até segunda-feira (22). As vítimas atuavam como gesseiros.
Segundo o MPT, eles estavam alojados nos fundos de uma oficina de tratores no bairro Lagoa Salgada. O galpão não tinha energia elétrica nem instalações sanitárias. O responsável pelo galpão e por explorar os trabalhadores armazenava no local materiais de construção e entulho.
Os trabalhadores explicaram que foram contratados para fazer serviços de gesso em várias obras. Por consequência, mesmo com a solicitação das carteiras de trabalho para formalização dos contratos, os salários não eram pagos com regularidade. Nesse sentido, o suposto empregador pagava R$ 50 por dia “quando tinha serviço”, quando não tinha, eles ficavam no galpão, local onde os materiais eram alojados.
Os trabalhadores faziam as necessidades no solo e enterravam. Para beber água, preparar alimentos e tomar banho, eles usavam uma água armazenada em um tonel usado para guardar gesso. Além disso, eles corriam outros riscos, como improvisar uma ligação clandestina da oficina ao lado do deposito para carregar celular.
Por fim, as vítimas estão recebendo atendimento pela assistência social de Feira de Santana. Eles vão receber parcelas do seguro-desemprego especial para vítimas do trabalho escravo. O MPT adotará medidas judiciais caso o empregador não cumpra as obrigações trabalhistas.